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terça-feira, 23 de abril de 2013

Viajando de Volta à Infância....

Se a gente parar para perceber, vamos constatar que a infância tem cheiro, tem sabor, tem alma. Hoje mesmo, me peguei viajando de volta ao tempo. Uma simples brisa matinal, ao voltar para casa depois de deixar meu filho mais velho na escola, fez com que essa viagem acontecesse. Fechei os olhos e meu alfato pode acompanhar o aroma, que me levou de volta para os meus 7 anos de idade quando, de férias, ia com a minha avó materna para o interior do Pará, uma cidade na época, pequena, chamada São Caetano de Odivelas, imediatamente  vi minha vó, quanta saudade! passeei pelo quintal, corri atrás das galinhas, brinquei com os pintinhos que acabara de nascer, subi na mangueira que ficava no quintal, ouvi minha avó me chamando mais uma vez, dizendo para não incomodar os vizinhos, e para eu tomar cuidado para não me machucar, tomei suco de maracujá feito na hora e comi pão caseiro, esse pão só comemos lá......

De mãos dadas com ela, que usava seu vestido florido, chinela de dedo, acompanhavam  os passinhos miudinhos compassados aos meus, que entre um pulo e outro era contido pelas mãos firmes que me seguravam, visistamos a casa da tia Dina, irmã da minha vó, parada obrigatória para uma xícara de café.Seguimos caminhando até a casa da mãe Dudu, outra irmã  e finalizamos a caminhada na casa do pai Jango e da tia Laura... ahhhhhhhh aqui eu parei.... e fiquei. Brinquei na penteadeira da tia Laura, esposa do Pai Jango, que era irmão mais velho da minha avó, a quem era dado todo respeito, por ser o irmão mais velho, lembro que minha avó tomava abenção dele e ficavam longas horas conversando... enquanto isso, eu gostava de mexer nos vidros de perfumes da tia Laura, ela , que quando o perfume acabava, e se o vidro fosse bonito, ela enfeitava com uma flor e aquilo virava um objeto de decoração, espalhados pela casa. Fui até a geladeira e tomei um chopp (no Pará, chopp significa sacolé,  geladinho, que é o suco de frutas dentro do saquinho e colocados para gelar), não me contive e tomei mais um...  fiz objetos de barro, esperei a maré subir e convenci minha vó que eu merecia tomar banho na maré... a hora do almoço chegou e tinhamos que voltar para casa, peixe na brasa e feijão eram o cardápio do dia. - Vó, hoje tem quermece , deixe eu ir? perguntei a ela,  e ela respondeu: - o boi está na rua.... (o boi-bumbá Tinga, Fasceiro, famosos na região no mês de junho e julho) e eu tinha que escoher entre brincar na simples quermece, ou ir atrás junto com ela, é claro, do boi.......até que, já era hora de voltar para o presente.. acredito que as lembranças servem para mergulharmos nossa alma nas mais lindas emoções, nos mais intensos sentimentos.... e por isso voltei para o presente, para nele ajudar a construir as lembranças futuras da infância de quem me faço presente.

Meu filhos!
Quero também que as lembranças deles tenham cores, aromas e sabores, sem dores, sem dissabores... quero que eles sintam na alma, essa volta à infância um dia... quando uma brisa matinal também os tocarem trazendo junto um perfume agradável que só pode ser sentido dentro de nós, nas lembranças que a infância deixou!


sexta-feira, 12 de abril de 2013

A História da Clarinha...

Estamos acompanhando aqui na Holanda a triste história do garoto de 9 anos, de origem turca, que foi adotado quando criança por um casal de mulheres que hoje precisam viver escondidos porque a "mãe" biológica, turca, de religião islâmica descobriu a orientação sexual da família adotiva e agora, depois de 9 anos está querendo o menino de volta. 
Tal postura, estremeceu as relações políticas entre os dois países, uma vez que na Turquia a homossexualidade está bem longe de ser aceita, enquanto que a Holanda foi o primeiro país no mundo que legalizou o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.

Enquanto aqui esperamos para ver como vai terminar essa história, o Blog foi até o Norte do Brasil para contar a história de uma menina chamada Maria Clara, que para nós mamães, podemos chamá-la de Clarinha... 

Clarinha foi adotada quando bebê, por um casal de duas mulheres, a Assistente Social Mônica Azevedo e a Esteticista Jully Reis, as quais  foram as primeiras no Norte do País a terem do direito de ter o nome das duas mamães no registro de nascimento da criança. 
Hoje, com 4 anos  de idade,  a menina estuda no turno da tarde cursando o Jardim II, que segundo informação da mamãe Monica, deveria está no Jardim I, porém foi adiantada devido sua maturidade cognitiva observada pela escola. Pratica Natação e capoeira pela manhã e ainda tem aula particular para fazer os deveres de casa, visto que as mamães além de trabalharem em suas profissões, Monica é funcionária pública do Estado do Pará e Jully proprietária de um centro de estética, também trabalham em uma Comunidade Terapêutica que trata dependentes alcóolicos e químicos, portanto, o tempo que sobra é só para se divertir com a filha. 


Corujas como toda mamãe, elas observam a Clarinha como uma criança muito brincalhona, travessa, bastante sociável e dona de uma inteligência e espiritualidade elevadíssimas. Sabe que tem duas mães e que ama ter duas mães. E para quem defende a presença paterna no desenvolvimento infantil, Clarinha espôntaneamente elegeu dois tios para ser seus dois pais, portanto de pais ela vai muito bem, obrigada! 

O futuro de Clara, com certeza seria outro se no meio do caminho não tivesse encontrado o amor de Monica e Jully,  quando questionadas se a criança sente-se diferente pela família que constitue, a resposta é bastante coerente ;' Ela não se sente diferente, porque ela tem o mesmo que as outras crianças com as quais ela convive tem, que é amor, carinho, afeto, condição digna de moradia, educação, lazer, esporte... enfim ela tem tudo que as demais crianças tem, e criança só se sente diferente quando não tem o que precisam ter para crescerem adultos seguros e felizes.'

'Desejamos  que ela seja um ser humano íntegro, responsável, capaz, feliz e livre de amarras.
Ela tem limites, não pode fazer o que quer, mas não vemos isso como restrição e sim como coerência no processo educativo, para que não seja um adulto voluntarioso e egocêntrico.'



Baseado na história da Clara, alguém ainda duvida que o  ambiente familiar harmonioso, saudável tem haver com oreintação sexual?  Pelo contrário, isso só faz comprovar o que já dizia o mestre Piaget, o desenvolvimento cognitivo da criança está diretamente ligada com as questões afetivas, emocionais que a criança recebe diariamente por parte da família. Independente de modelo familiar, se existe respeito, segurança e amor, não precisa de mais nada.


Para quem desejar conhecer o trabalho do grupo terapêutico aqui citado é só clicar no link abaixo: 

outros links: 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Uma dose de "Calypso", com uma pitada de respeito, por favor!

Diante de tanta polêmica  envolvendo uma entrevista que a cantora Joelma, da Banda Calypso, deu a revista Época no Brasil, onde segundo a revista  a cantora diz  " Tenho muitos fãs gays, mas a Bíblia diz que o casamento gay não é correto e sou contra”, disse Joelma, acrescentando que, se tivesse um filho nessa situação, “lutaria até a morte para fazer sua conversão”. “Já vi muitos se regenerarem. Conheço muitas mães que sofrem por terem filhos gays. É como um drogado tentando se recuperar”. 

O Blog "Só entre mães e agregados" resolveu comentar a tal polêmica. Como mãe, compreendo  a Joelma quando ela diz que " Conheço muitas mães que sofrem por terem filhos gays ". Simplesmente porque nenhuma mãe quer ver seu filho sofrer por ser discriminado, por ser desrespeitado, por está "fora" do padrão imposto pela sociedade onde todos devem respeitar o que dita a maioria, portanto quem está fora desse padrão é marginalizado. Porém, acredito que  devem também existir  mães que  são felizes com seus filhos gays, porque os amam ou porque aprenderem e também ensinaram que  o mundo não é só do azul, é também do lilás, do vermelho, do amarelo, ou seja, o mundo é todas as cores. 

Fazendo uma comparação bem metafórica; Mas sou mãe e não gosto do  verde, logo, vou proibir meu filho de usar a cor verde porque é uma cor "cafona" no meu ponto de vista.  Onde está o respeito pela liberdade de escolha do seu filho, que daqui a pouco vai crescer e não vai precisar da sua ajuda para comprar quantos acessórios verdes ele quiser. E você mãe, vai fazer o que? sofrer porque seu filho escolheu que gosta de verde? contrariando assim a sua vontade?  não  seria melhor uma conversa franca com seu filho dizendo que o verde não é sua opção de cor, porém existem coisas verdes importantes para o nosso mundo, como o gramado de um  jardim de primavera, por exemplo, que para crescer precisa ser cuidado, tratado com carinho e amado. Como o gramado, assim são as pessoas, sejam elas Homosexuais ou Heterosexuais, que  para crescerem viçosas,  precisam ser bem tratados, alimentados, amados e também precisam ser respeitadas pelo que são, pela sua natureza humana, como seres importantes para suas familias, como seres que amam e também são amados.

Respeito!!!!! Essa é a palavrinha mágica, que me faz compreender que a cantora Joelma tem todo o direito de não gostar e não aceitar o casamento gay, de não querer para si, mas por outro lado deve respeito a esse público que por sinal, também é a maioria do  público que lota seus shows. 

 É isso mamães, que devemos ensinar para nossos filhos, que eles respeitem, não só as opções sexuais das pessoas, mas também as religiões, as opções políticas, as pessoas idosas, os portadores de necessidades especias, os nordestinos, os estilos musicais, os animais e assim por diante.... Quem sabe em um futuro próximo, as mães que a cantora Joelma conhece, deixem de sofrer  por que a sociedade em que elas vivem, passou a respeitar os "diferentes", passou a respeitar a diversidade que o mundo abrange!  E isso é algo que  deve começar a ser exercitado em casa desde cedo com os nossos pequeninos.

bjs e até o próximo post!



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Imitando a mamãe holandesa ....... Elogiando sempre!

A Mamãe holandesa  é sempre muito orgulhosa dos seus filhotes, é natural aqui elogiarem todas as conquistas de seus filhos por menor que nos pareça. Por exemplo, quando uma criança consegue dar os primeiros passinhos, a mamãe e o papai, elogiam e dizem ao filho o quão orgulhosos estão pela sua conquista, cantam parabéns, batem palma, é muito Hip, Hip, Hoera!! (Viva! viva! Oba!)

Na escola também não é diferente, quando as crianças aprendem algo novo, ou quando  são ajudantes das professoras, elas ganham um adesivo colado na mãozinha que significa que ela , a criança,  teve seu esforço reconhecido, e que isso é motivo de orgulho, portanto  exibe o adesivo como se fosse um prêmio. 
 Frases como -" Muito bom!",  "Você deu o seu melhor!", "Estou orgulhosa por você ter conseguido isso!",  "Ficou bom, mas acredito que da próxima vez vai ficar ainda melhor!" São     aqui frases ditas, pelos adultos  às crianças, sempre estimulando usando palavras motivadoras e nunca desanimadoras. Porém, o corpo também precisa dizer o mesmo, e é com exagero que eles o fazem, fazendo ar de espanto, como quem diz, nossa você consegiu isso?! Como você é inteligente! pegando na mão da criança e dando os parabéns, sorrindo, dizendo o quão difícil seria para ele, o adulto, se fosse fazer o mesmo. 

Portanto mamães e agregados, é como profissional que lhes digo que o ato de elogiar fortalece o desenvolvimento emocional e psicológico do seu filho, além de estimular a auto estima, e é precisamente na infância, onde a personalidade está sendo formada, ter seus esforços reconhecidos e elogiados,  faz com que a criança passe a ter maior confiança em sim mesma.  E cá entre nós, quem não gosta de receber um elogio espontâneo e sincero,?!  Então vamos fazer igual as mamães holandesas? já elogiou hoje as crianças da sua casa? Pois, elogie, abrace apertado, beije muito seu filho por cada nova conquista, por tudo que ele fizer, sempre reforçando o quanto ele é especial para você e o quanto todos em casa ficam felizes por ele. 
Beijinhos e até o próximo post!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Espinafre!

Comida Típica Holandesa.
 Creme de Espinafre cozido com Leite e Batata cozida  amassada com carne moida e espinafre.
Faz o mais sucesso aqui em casa. Além de ser super saudável, garanto que é uma delícia!

Eu já compro o espinafre pronto.

Depois é só colocar meia xícara de leite e deixar virar um creme,
As batatas eu cozinho no vapor, e depois de prontas, amasso e misturo com a carne moída refogada só com   cebola e pouco alho e uma colher de sopa de óleo, amasso tudo até virar isso que se ver no prato! rsrsrrsrsr
Está pronto um prato Holandês! com tempero brasileiro.... :)

O que ter em casa, Crianças ou Cristais????

Eu sou apaixonada pelos cristais que a minha sogra tem, uma prateleira linda com cristais maravilhosos... todos limpinhos, brilhantes, perfeitos! Então eu comentei com meu marido, com um ar de inveja; - nossa como  a casa dela é impecável, como diria a minha mãe, tudo no seu devido lugar, linda!
E  ele imediatamente falou, amor, a minha mãe e o marido dela, (minha sogra está no segundo casamento que já dura 25 anos) são dois idosos ( para mim nem tanto, eles tem 72 anos os dois) que nem se movimentam na casa, passam o dia inteiro fora de casa, só voltam para dormir, minha mãe nem cozinha mais (realmente, 1 vez por semana ela janta na casa de 1 filho, ela tem 3 filhos. Na nossa casa ela vem sempre as quinta-feiras ou quase todos os dias para brincar com os netos... rssrsr ) por isso que tudo é perfeito, mas também é triste...
Eu questionei,  Triste? Como assim? e ele  imediatamente continuou , claro que é triste. Por exemplo, na nossa  casa tem vida, tem cores, tem movimento, a gente se movimenta para não deixar o Johann (nosso caçula de 1 ano) cair do sofá e se machucar, se movimenta para desentupir o vaso sanitário que o Andries (nosso primogênito de 5 anos) encheu de papael higiênico, se movimnta limpando a sujeira de tinta de caneta, de tinta guache das paredes, da cola que ele usou para colar as figuras, os desenhos que ele faz e gruda nas paredes da casa, no colorido dos brinquedos espalhados pela sala, nas músicas que eles escutam e cantam, no riso, nas brincadeiras, no choro .... ri deles e ri com eles, isso nao é alegria? 
Sabe que realmente, eu acho que você tem razão... disse a ele!  
Só quem tem filhos, ou crianças em casa tem histórias para contar, consegue ser surpreendido pelas perguntas e também pelas respostas que eles inteligentemente nos dão! Cabe a nós, mães, pais, vovós, vovôs,  tios, tias, madrinhas, padrinhos, cuidadores e etc.. os que eu chamo carinhosamente de  "agregados",  cuidar, amar,  perceber e acompanhar o desenvolvimento em todos os aspectos , principalmente o  emocional e educacional. Participar ativamente da vida de nossos filhos, não é perder tempo, e sim investimento num possível adulto feliz e realizado, afinal não é isso que desejamos à eles? Sem contar que nossa "rotina" torna-se mais colorida e divertida!
São 21:20 aqui, hora exata que escrevi esse post, as crianças já dormem e a gente, eu e meu marido, sentimos um vazio, não nego que  nessas  alturas do campeonato estou no modo reserva, bateria low, porém escrever me alimenta e a conversa também...  sabem sobre o que a gente conversa? adivinha quem puder ! sobre as crianças, é claro! Mas logo pedimos pausa, porque também papai e mamãe são namorados......... rsrrrsr

 Porta de casa com o desenho e o relógio das estações do tempo feito pelo Andries.
Andries