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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Mãe é Mãe!

Vou começar esse post com um bordão famoso; "Atire a primeira pedra, a mãe que nunca brigou por causa de seu filho ",  pois então, Eu não sou diferente! Brigo por causa dos meus e ainda brigo por causa dos filhos dos outros, nem preciso  conhecer, basta ser criança!

Ontem, estava esperando meu filho mais velho Andries na escola, que iria para casa com um amiguinho, portanto, eu seria responsável em levar a criança comigo também, enquanto isso, o Johann, meu caçula de quase 2 anos, estava brincando sozinho no escorrega- bunda da escola, quando chegaram duas garotinhas um pouco mais velhas que ele e uma delas, ameaçou empurrar, quando eu vi, eu corri de onde eu estava para pegar meu filho, e a mãe da garota estava ao lado, vendo tudo... quando ela empurrou ele novamente e ele rolou a escada, só deu tempo de eu pegá-lo  no meio da escada, mas nao consegui evitar que ele se machucasse.  

No meio da minha aflicão, vendo sangue no rosto do meu filho, tendo que me refazer pois tinha duas crianças contando com a minha lucidez para voltar para casa, a mãe da garotinha que empurrou meu filho, veio até mim e disse assim; desculpa, mas ela empurrou seu filho porque ela não queria que ele brincasse junto... o google translate do meu cérebro foi ativado automaticamente do Holandês para o Português mandando mensagem para minha mão dá uma  bofetada na cara dela... e eu como uma boa brasileira, respondi, sua filha sabe muito bem o que quer, lógico, contra outra criança menor que ela, se você repetir o que disse, pode chamar a polícia por que eu estou louca e vou fazer o mesmo com você!
  
Foi quando apareceu duas professoras para me ajudar com as três crianças, me acalmaram e eu voltei para casa, primeiro liguei para o médico, depois meu marido e depois para minha sogra e finalmente liguei para uma organização aqui que as pessoas podem ligar para denunciar bulling na escola, racismo etc.. liguei pedindo orientação, perguntei se era caso para polícia, eles informaram que não, que eu deveria conversar com a outra mãe e dizer para ela que eu não havia gostado e que era para ela conversar com a filha.Eu perguntei, simples assim?? eles, sim! Então eu respondi, meu amigo, na minha terra, essa mãe teria um grande problema, e se eu for conversar com ela, ai sim, vai ser caso de polícia e desliguei o telefone.

Fiquei doente, vendo meu filho machucado, passei a tarde mal, fui procurar apoio nos meu amigos do face, encontrei. Minha amiga Adelaíde Araújo Portugal, pessoa iluminadíssima, espiritualizada, sem saber o que se passava, me confortou com uma mansagem cheia de luz, minha prima Ivete Santa Rosa, me postou uma mensagem linda, que me fortaleceu muito e  acalmei meu coração quando vi meus amigos se solidarizando sem saber o que havia acontecido, isso para mim foi fundamental para me recompor da dor louca que me assolava, por outro lado eu também me culpava porque não estava "colada"  no Johann na hora que tudo aconteceu. 
Hoje, ao levar o Andries para escola, o Johann foi junto, havia cinco mães  esperando para falar comigo, elas fazem parte do conselho da escola, perguntaram como eu estava, como ele estava, ouviram a minha versão, analizaram o estrago no rosto do menino, eu deixei bem claro, que eu jamais vou brigar com outra criança por causa dos meus filhos, mas eu estava sim muito chateada com a mãe que estava perto e não evitou que a filha empurrasse o meu.
Quando foi hoje a tarde, minha sogra estava em casa para nosso tradicioanal café da tarde e a campaínha tocou, fui atender e era uma senhora com uma garotinha na bicicleta, eu disse pois não? Ela meio sem jeito, eu sou a mãe dessa moça (apontado para a filha) que empurrou seu filho da escada ontem, podemos saber como ele esta?? Eu nem lembrava do rosto dela, de tão cega que fiquei, respirei (Adelaíde), pedi para ela entrar, a minha sogra delicadamente me beijou e foi embora. Percebi que a outra mãe, também era mãe igual a mim, eu agradeci a preocupação, disse que ele estava bem mas além de me sentir culpada, achava que ela poderia ter evitado que a filha dela empurrasse ele; foi quando ela me respondeu, me desculpe muito pelo que aconteceu, mas eu não acreditei que ela fosse empurrar, ela é tão meiga! 
Nesse momento a ficha caiu, aqui na Holanda, desde cedo é estabelecida uma relação de confiança mútua entre pais e filhos, enquanto nós, no Brasil dizemos, "atenção, não confia, criança tem repente, agora esta bem, mas mais tarde pode te surpreender", aqui eles confiam que a criança vai atender e fazer o combinado antes estabelecido... e eu me coloquei no lugar dessa mãe, e se fosse o Johann que tivesse empurrado a filha dela, será que eu teria coragem de ir visitá-la e pedir desculpas? Disse a ela que não precisava se preocupar, que estava tudo bem com ele, e que meu coração estava aliviado por mim e por ela, que ela agiu muitissimo bem não ter ficado para conversar comigo na hora porque eu realmente estava fora de mim, ela respondeu, tudo bem, eu também estava fora de mim, eu também queria defender minha filha e assim como eu ela estava disposta a brigar para defender a filha.

Gente, não preciso dizer mais nada, mãe é tudo igual mesmo... filho sempre será por nós idealizado como o filho perfeito que jamais irá contra aquilo que pregamos, que jamais irão nos decepcionar, os nossos filhos são os mais lindos, os mais tudo...  e quando acontece o imprevisível, temos que  ter humildade em reconhecer o erro, e também repará-lo, seja pedindo desculpas, como fez essa mãe, seja deixando sem tv, castigando, enfim! Mãe, realmente  só muda o idioma, a cultura, o país.....o endereço!